Sabedoria Ramatis

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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A FAMÍLIA HUMANA

PERGUNTA: Os espíritos que se associam para constituir as famílias terrenas, figurando vítimas e algozes, ofendidos e ofensores, exploradores e explorados, escravos e senhores, sempre se encarnam na condição de pais e filhos, cônjuges, irmãos, ou apenas na condição de parentes colaterais?
RAMATíS:
  A família humana é justamente uma das mais importantes instituições sociais humanas, espécie de abóbada protetora, responsável pela perpetuação física dos seres humanos. Cabe-lhe, ainda, a obrigação de amparar a prole e educá-la, até a sua emancipação na luta pela sobrevivência terrena.
É através da união física entre os esposos, reciprocamente devedores, e sob o teto da família que se acelera a escalonada espiritual, em face do mútuo revezamento em várias encarnações  quando os filhos de ontem podem ser os pais de hoje, ou de amanhã. Quase sempre, os algozes das encarnações pretéritas tomam-se os pais das próprias vítimas de outrora, lapidando-se entre as dores e as preocupações angustiosas, causadas desde a infância aos descendentes carnais, ante as tradicionais doenças como gripe, febres, bronquites, cólicas, dores de ouvido, de dentes, sarampos ou amigdalites. Os perigos de contágio, as epidemias periódicas ou as enfermidades estranhas causam sustos e temores nos pais aflitos, que sofrem por ignorarem que as aflições junto ao leito das próprias vítimas do passado diminuirão suas dívidas encarnatórias.
Graças à sabedoria das leis eternas, apagando as lembranças do passado, os culpados de ontem terminam vinculados às suas vítimas, sentindo no imo da alma todas as agonias que elas enfrentam na existência, aprendendo a sublime lição de amar e servir. Através dos organismos carnais, gerados pela herança biológica da mesma família, os inimigos e comparsas de existências anteriores intercambiam as lições de afeto, desimantando-se, aos poucos, da freqüência do ódio ativado pelas desforras e atrocidades
pregressas.
PERGUNTA:  Embora os pais e filhos possam ser adversários ferrenhos  passado, qual deveria ser o comportamento mais adequado para mais brevemente se ressarcirem das culpas recíprocas?
RAMATíS:
Sem dúvida, as relações amistosas, tolerantes e pacíficas tanto devem ser dos pais para os filhos, como dos filhos para os pais. Diante da disposição de ânimo, simpatia ou antipatia dos atores desses dramas, é de senso comum que só a tolerância e o respeito mútuo beneficiam espiritualmente as criaturas. Os filhos não pertencem aos pais, nem os pais pertencem exclusivamente aos filhos, mas tratase de espíritos cuja individualidade eterna permanece acima das convenções e dos fenômenos sociais, razão pela qual jamais podem ser escravizados entre si.
O respeito, os direitos e deveres e o amparo devem ser recíprocos e, acima de tudo, devem-se manter as relações de liberdade individual, referentes ao destino de cada um, uma vez que tem cada espírito uma tarefa a cumprir, não determinada pelos preconceitos, pelo orgulho ou pela imposição familiar. Há
de se respeitar o destino particular de cada membro da familia, ante a realidade de ser o corpo transitório e o espírito, eterno. Assim, as filhas e os filhos, às vezes, são inclinados a uniões afetivas, decisões, planos e preferências específicas, que vão desde o namoro, o noivado e ao próprio casamento, podendo contrariar os preconceitos sociais, os projetos financeiros ou as simpatias dos pais, obstinados pelas próprias opiniões e decisões, por orgulho familiar. É evidente que, se já existem raízes adversas e ressentimentos espirituais de vidas anteriores, não tarda o conflito na família: — desde os rompimentos afetivos às frustrações e separações entre pais e filhos, o que só agrava a animosidade cármica. O ressentimento da vítima prejudicada cresce e aumenta em sua intimidade espiritual, ao pressentir, sob o disfarce do parentesco, a mesma entidade que já o maltratou ou feriu em vidas anteriores.
Os filhos não são propriedade, nem investimento familiar. As suas relações com os pais devem ser exclusivamente de natureza afetiva, embora se deva manter a disciplina mais justa, sob os códigos morais dos usos e costumes sociais. Os problemas de relacionamento difícil devem ser resolvidos através de diálogo franco e pacífico.
A Terra ainda é uma escola de educação espiritual, onde convivem grupos de espíritos amigos e inimigos, vinculados pela ancestralidade biológica consangüínea. Assim, apesar do seu passado espiritual trágico, dramático ou culposo, esquecido, porém, vivo na intuição mental, é imprescindível que esses espíritos em conflito, mas disfarçados pela máscara corpórea atual, permaneçam disciplinados tanto quanto possível, mantendo fraternal amizade disciplinadora no banco escolar terreno. As lições de vida humana produzidas pelo sofrimento e pelas vissitudes do mundo são do interesse de todo o conjunto da Humanidade, porquanto, na hora dos exames finais, cada um estará sozinho consigo mesmo e a graduação espiritual decorre exclusivamente da própria conduta. Malgrado os próprios pais possam ser espíritos algozes do passado, devem fazer jus à compreensão
e à tolerância de suas vítimas, agora transformadas em filhos, que já lhes ficam devendo a dádiva do corpo carnal recebido, para também lograrem a melhoria espiritual. Por esse motivo, o nascimento na escola terrícola é um ensejo sublime de redenção humana, enquanto o aborto delituoso é uma infração da Lei, destruindo a possibilidade da mais breve reconciliação entre espíritos adversos de encarnações anteriores.

DO LIVRO: "SOB A LUZ DO ESPIRITISMO" RAMATÍS/HERCÍLIO MAES - EDITORA DO CONHECIMENTO.

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