Sabedoria Ramatis

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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A influência anímica na abertura dos trabalhos mediúnicos – IV




PERGUNTA: — Há pouco vos referistes às "longas aberturas" dos trabalhos mediúnicos, o que nos faz perguntar se é razoável o costume adotado em certas reuniões espíritas, onde todos os médiuns, um por um, devem receber seu "protetor" para também fazer a abertura dos trabalhos e saudar os presentes. Isso parte dos chamados "protetores" ou se trata da interferência anímica dos médiuns?

RAMATiS:  O bom senso recomenda que nos trabalhos doutrinários ou de desenvolvimento mediúnico os seus realizadores aproveitem o máximo possível todos os minutos disponíveis, para só tratar de assuntos importantes e de esclarecimento público.
Convém evitar-se essa improdutiva prática de todos os médiuns, um por um, invocarem o protetor no trabalho mediúnico, imitando os soldados que respondem à chamada na revista do quartel. Gasta-se grande parte da hora valiosa e milimetrada do trabalho espírita em saudações sem proveito, num "tête-à-tête" que de modo algum compensa o sacrifício dos guias em abandonarem Mas tarefas espirituais e ficarem esperando para atuar na matéria.
Os dirigentes sensatos dos trabalhos espíritas, e que se destinam principalmente ao público, devem traçar um programa orientado pelo guia da casa ou mesmo pela diretoria responsável da instituição, graduando as comunicações de cada médium conforme o seu progresso e o seu proveito. Considerando-se que as sessões mediúnicas limitam-se apenas a uma hora de trabalho controlada rigorosamente pelo pêndulo do relógio, é evidente que os seus frequentadores semanais mais assíduos terão participado de 48 horas de trabalhos mediúnicos durante o ano. Sem dúvida, se os médiuns anímicos ainda gastam metade dessas horas valiosas em saudações e cumprimentos formalísticos, sobejam apenas 24 horas de serviço efetivo e proveitoso nesse ano, o que nos parece bem pouco como oportunidade para esclarecimento espiritual. Há que se considerar ainda que muitos frequentadores dormem durante as sessões, outros palestram ou se desinteressam das preleções dos espíritos porque muitas vezes estas são enfadonhas, prolixas e cansativas, sob a interferência improdutiva e muito anímica dos seus médiuns.

Em conseqüência, é aconselhável eliminarem-se dos labores mediúnicos todas as manifestações que roubem o tempo precioso destinado aos assuntos mais úteis, assim como os espíritos sensatos dispensam as etiquetas e os preconceitos do mundo físico, evitando qualquer competição ou destaque pessoal em abertura de trabalho mediúnico. Nas sessões mediúnicas disciplinadas pelos ensinamentos de Allan Kardec, a regra geral é permitir-se que a entidade responsável pela casa trace o programa de serviço para a noite, exponha o assunto essencial de benefício coletivo, para depois se efetivarem as comunicações dos demais espíritos, no aproveitamento sensato de tempo, sem as longas perorações ou demoradas saudações pessoais. Enquanto certos médiuns muito verbosos esgotam grande porcentagem de tempo nos trabalhos espíritas, usando de interminável fraseado atravancado pelos lugares comuns, esses minutos poderiam servir proveitosamente ao serviço de irradiação aos enfermos ou para esclarecimento do Evangelho ao público.

DO LIVRO: “MEDIUNISMO” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.



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